Foram registrados cerca de 13 mil casos de conuntivite viral no Estado de São Paulo. Foto: IBCNet.com.br

Uma epidemia de conjuntivite viral está em andamento em diversas regiões do Estado de São Paulo e também do país.

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde foram contabilizados cerca de 13 mil casos em São Paulo – sendo a maioria na Baixada Santista – desde o Carnaval passado.

De acordo com a doutora Ana Luisa Höfling Lima, chefe do departamento de Oftalmologia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), o grande número de casos na Baixada Santista ocorrem devido o ambiente ser altamente propício para o desenvolvimento dos vírus.

“A água do mar, piscina e ambientes aglomerados são lugares onde os vírus conseguem se propagar facilmente”, explica Höfling, que afirma também ter ocorrido um aumento significativo na capital paulista.

“No pronto-socorro do Hospital São Paulo desde o dia 05 de março registramos em média 40 a 50 casos de conjuntivite viral por dia. O normal são cerca de um ou dois casos diários”, conta Höfling.

A conjuntivite viral é provocado por diversos tipos de vírus (ainda não classificados)  é altamente contagiosa. A doença é causada por uma inflamação da conjuntiva – tecido que reveste os olhos. Esse tipo de conjuntivite aparece em pessoas de todas as idades, mas tem sido observada em adultos jovens com mais freqüência.

Geralmente, a doença começa em um olho e depois pode passar para o outro. “Freqüentemente, o primeiro olho acometido apresenta sinais e sintomas mais severos”, explica Höfling.

Os sintomas costumam aparecer cerca de 24 horas após a contração do vírus. Os primeiros sinais são irritação com vermelhidão, sensação de “areia” na vista, lacrimejamento, coceira, dor e inchaço, que podem aparecer juntos ou isolados. Sintomas parecidos com os da gripe também podem aparecer como febre baixa, cansaço e dores pelo corpo – que costumam durar de 48 a 96 horas.

Segundo o clínico-geral Marcelo Baboghluian, do Projeto Marazul, é recomendado não colocar nada nos olhos, muito menos receitas caseiras que instruem para lavá-los com chás de ervas. “Essas atitudes podem complicar ainda mais o caso”, afirma Baboghluian.

A conjutivite é caracterizada pelo avermelhamento do olho. Foto: SiteIBCNet.com.br

“Casocesteja com algum sintoma, lave os olhos com algodão embebido em soro fisiológico várias vezes ao dia tomando cuidado de trocar o algodão e lavar as mãos entre a lavagem de um olho e o outro. Não fique coçando os olhos. Caso não melhore em 24 ou 48 horas procure um médico”, aconselha Baboghluian.

A transmissão ocorr pelo contato entre as pessoas, além de instrumentos contaminados, toalhas de rosto,piscinas, lenços e mãos contaminadas.

Não existe uma medida eficaz para prevenir. “O mais indicado é evitar locais aglomerados, não levar a mão aos olhos sem antes lavá-las muito bem, pois muitas vezes cumprimentamos pessoas que estão contaminadas e depois passamos o vírus para nossos olhos involuntariamente”, comenta Baboghluian.

“Evite prescrições de colírios feitas por leigos contendo anestésicos, corticosteróide, antibióticos e medicações por via oral e injeções com a promessa que vão erradicar a infecção viral”, completa Höfling.

Dicas de como tratar a doença:

– Mantenha a higiene dos olhos com soro fisiológico (Solução de Cloreto de Sódio a 0,9% estéril);

– Faça compressas geladas com gelo dentro de uma embalagem plástica, soro fisiológico gelado, ou água fervida gelada algumas vezes ao dia.

Há várias marcas de lubrificantes oculares disponíveis no mercado. As indicadas para tratar a conjuntivite são:

Lacrima

Lacrima plus

Genteal

Dunasson

Lacril

Fresh tear

Refresh

Celufresh

“Embora estes colírios dificilmente causem toxicidade alguns pacientes mais sensíveis podem piorar. Se isto ocorrer interrompa o tratamento e procure avaliação médica”, alerta Höfling.